intervisao - Vila Viçosa

domingo, outubro 21, 2007


A actual situação da economia nos EUA e seus efeitos na União Europeia.

A situação nos mercados financeiros tornou-se bastante complicado em Agosto deste ano, sem nos apercebermos do que aos poucos estava a suceder e pensou-se que uma crise no mercado imobiliário não iria ter consequências tão devastadoras como sucedeu e como ainda poderão estar para acontecer.
O aumento das taxas de referência dos Banco Centrais provocou um grande estrangulamento das famílias que ao adquirir casa, fizeram as contas no limiar das suas capacidades financeiras, com a ideia errada de que as prestações em que os seus créditos começavam, dificilmente aumentariam, como veio a suceder. Esta falta de capacidade de superar um período de subida das taxas de juro, no sentido não só de controlo da inflação mas também procurando-se ganhar uma margem que com o valor das taxas de juro de 2005 não existia, acabou por sufocar as economias e os consumidores no seu principal cenário. Por sua vez o cenário de pânico que esta situação trouxe aos mercados financeiros principalmente ao imobiliário acabaram por fazer o resto, com perdas superiores a 2% em alguns dias.
A pergunta que agora se coloca é se na realidade este período já passou, ou se pelo contrario este foi simplesmente o inicio de um ciclo que poderá ser de mais tempo do que aquele que poderíamos pensar.
Existem factores preocupantes como sendo o do aumento do petróleo que chegou aos 90 dollares esta semana, para alem da contínua valorização do euro em relação à moeda americana, que poderá provocar um arrefecimento da economia europeia no que diz respeito às suas exportações. Por outro lado os mercados financeiros continuam instáveis, o que demonstra que os agentes económicos não estão ainda muito confiante que este período tenha terminado, pelo que existe uma fuga não só dos mercados financeiros, como dos fundos de diversificação existentes nas instituições financeiras o que tem provocado alguma falta de liquidez imediata por parte de alguns bancos.
Mas existem também factores no mercado internacional que preocupam a situação actual, como sendo a continua crise no médio oriente ou mesmo os problemas cada vez mais visíveis na estrutura económica da Rússia.
Deveremos por isso manter alguns cuidados nos investimentos, tendo sempre como perspectiva que o melhor cenário neste momento, não é os investimentos de curtos, mas sim de médio e longo prazo.


JF

Negócios



Bolsas caem mais de 2,5%
Dow Jones regista a maior queda semanal desde o início da crise
As bolsas dos EUA fecharam a perder mais de 2,5%, penalizadas pela divulgação de resultados que ficara aquém do esperado. O Dow Jones caiu hoje pelo quinto dia consecutivo, o que já não acontecia desde Agosto. A queda semanal foi a maior desde finais de Julho.
Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt

As bolsas dos EUA fecharam a perder mais de 2,5%, penalizadas pela divulgação de resultados que ficara aquém do esperado. O Dow Jones caiu hoje pelo quinto dia consecutivo, o que já não acontecia desde Agosto. A queda semanal foi a maior desde finais de Julho.
O Dow Jones [Cot] desceu 2,66% para 13.519,83 pontos, o que representa a quinta queda consecutiva e acumulou, neste período, uma descida de 4,07%, o que corresponde à maior queda desde a semana terminada a 27 de Julho. O Nasdaq [Cot] caiu 2,65% para 2.725,16 pontos.
Os principais índices norte-americanos continuam a ser penalizados pela crise hipotecária. Esta crise estalou a 19 de Julho e provocou fortes quedas nos mercados, dando, inclusivamente, origem a uma carência de liquidez, o que obrigou os bancos centrais a injectarem capital no mercado.
Em meados de Setembro, as bolsas começaram a recuperar das perdas provocadas pela crise hipotecária.
Contudo, esta semana várias empresas apresentaram os resultados referentes ao trimestre terminado em Setembro, e o sector bancário tem revelado lucros aquém do esperado, o que tem aumentado a especulação em torno do impacto da crise nas contas do sector bancário e no crescimento económico norte-americano.
Hoje foi a vez do quarto maior banco do país anunciar uma descida dos lucros, o que está a afectar a negociação bolsista. O Wachovia, o quarto maior banco dos EUA, registou uma queda de 10% dos lucros devido a perdas no sector de negociação e de crédito malparado no segmento de empréstimos à habitação. As acções do banco desceram 3,39% para 46,51 dólares, o que corresponde à sexta queda consecutiva.
A queda de lucros do Wachovia, anunciada hoje, surge depois de ontem o Bank of America e o Washington Mutual também terem revelado queda de lucros, o que fez disparar a especulação em torno de novos cortes de juro por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA.
A Caterpillar, a maior fabricante do mundo de equipamento para o sector de construção, também apresentou hoje os resultados do trimestre, com os números a ficarem aquém do estimado pelos analistas consultados pela Bloomberg. As acções da Caterpillar desvalorizaram 5,68% para 73,25 dólares.
Em sentido contrário fecharam as acções do Google, que avançaram 0,8% para 644,71 dólares, a aliviar de um novo recorde atingido esta tarde quando as acções tocaram nos 658,49 dólares. As acções beneficiaram da empresa ter anunciado, ontem após o fecho da sessão, lucros acima do esperado pelos analistas. Em resultado, algumas casas de investimento reviram em alta as estimativas para as acções do Google.