intervisao - Vila Viçosa

domingo, novembro 09, 2008


Crise financeira vs crise económica

Tudo iniciou-se muito antes de Agosto de 2007, no entanto foi mesmo nessa data que o mundo acordava para aquilo que pensava ser um mero acerto de activos. Quando o mundo começou a aperceber-se que a situação podia ser mais do que todos tinham calculado já íamos em Maio de 2008, e todos acreditam hoje que muito possivelmente tudo ainda não terá terminado. A verdade é que somente temos estado a assistir a uma crise financeira que talvez tenha assumido no mês de Outubro o seu ponto mais alto, mas sabemos também que os dados actuais nos demonstram que a economia real irá sofrer tanto ou mais do que aquilo que era de esperar.
As consequências nos resultados das empresas tiveram neste 3º trimestre de2008 o seu ponto de referência mais alto, com reduções bruscas na banca nos EUA, Europa e Japão. Mas as previsões relativamente a 2009 não são nada esperançados, com previsões de aumento significativo do desemprego, com o fecho de muitas empresas, e certamente com a alteração das acções sociais dos diversos governos de modo a conseguirem suportar este aumento de beneficiários da segurança social. Mas será de prever ainda cenários mais complicados, pois no campo das obras públicas a maioria dos governos, principalmente todos aqueles que não tem margem nos seus orçamentos terão que ter uma maior controlo nesse tipo de despesas que neste momento são tudo menos necessárias ao nível orçamental (obviamente poderá ser sempre uma solução aceitável para o relançamento da economia).
No que se refere aos investidores e as oportunidades que irão surgir, temos que compreender que muitos de nós não voltaremos a ter na nossa vida uma oportunidade como esta, pois o retorno para os próximos anos será evidentemente elevado, no entanto a dúvida que se coloca é quando deveremos entrar. Em relação aos valores actuais ainda não são consolidados, por outro lado estamos preste a terminar o ano, pelo que essa não consolidação irá certamente continuar a ser sinonimo de grandes variações. Por outro lado sou apologista de os meses de Fevereiro a Maio são os piores que a bolsa habitualmente tem, com menos liquidez, mais cuidados e quando os investidores ainda estão nas expectativas de como irá correr o ano bolsista e económico para a maioria das empresas. Já no entanto caso exista um movimento de consolidação da maioria dos activos da bolsa, será certamente o momento oportuno para fazer algumas compras e esquecer-se de que se têm acções em carteira até lá para 2011 ou 2012, altura em que possivelmente haverá novamente crescimento sustentável nas principais economias mundiais.


J.F.

sábado, novembro 08, 2008


Um mundo às voltas a necessitar de mais do que observação.

É esse o nosso lugar, atrás da crise de modo a não descuidar o que de melhor poderá existir entre os vários níveis económicos e sociais de um pais, comunidade ou mundo. A economia vive a maior das crises financeiras de sempre, a globalização somente serviu neste caso para que tal situação se arrasta-se de forma mais rápida e com menos hipóteses de a qualquer altura se poderem tomar medidas que permitissem a correcção da situação.
Mas o que realmente se passou?
É difícil de explicar se termos que misturar muita complicação, mas de forma muito simples, podemos concluir que um mecanismo criado nos EUA depois da 2º grande guerra, procurava facilitar os empréstimos a famílias para comprarem habitação, nessa altura foram criadas algumas dos maiores bancos do mundo especializados no crédito habitação. A vida dessa instituição foi andando, tendo passado para mãos privadas na década de 60, sempre permitindo que o vulgar americano pudesse comprar a sua casa utilizando para tal hipoteca do mesmo como garantia. Ao longo dos anos o negócio deu a ganhar milhões, no entanto já no inicio da década de 90, a procura por mais e mais lucros por parte dos gestores, fez com que permitissem o acesso a estes financiamentos por parte de pessoas que devido a vínculos laborais, características sociais, económicas e perfil, não tivessem condições que assegurassem que esses financiamentos iriam correr bem. Tal situação alanvacou as empresas financeiras, o que provocou que todo o mundo investisse nessas entidades financeiras milhões, procurando em troca rentabilidades únicas. No entanto este processo estava baseado simplesmente na boa cobrança dos empréstimos junto das famílias, mas com a economia a parar, o dinheiro que Clinton tinha deixado nos cofres do EUA e as taxas de juro a subirem, deu-se a ruptura total.
O processo agora é simples, voltarmos 2 décadas atrás, e iniciarmos uma evolução normal de construção/venda e negócio bancário ao nível hipotecário, e permitirmos que lá para 2011 a economia volte a crescer. Mas esta é a maior oportunidade de investimentos com grandes retornos que muitos de nós poderemos alguma vez ter. Os preços das cotadas na bolsa portuguesa por exemplo estão neste momento a níveis da década de 90, mas nenhuma dela tem as condições financeiras e de imobilizado da altura.

J. F.