intervisao - Vila Viçosa

segunda-feira, dezembro 25, 2006


Um Alentejo que precisa de mais preço e melhor qualidade e ainda menos quantidade.

O que é mais de 30 anos depois do 25 de Abril o nosso Alentejo, no que toca ao desenvolvimento, investimento e melhor aproveitamento de todos os fundo comunitários? Eis aqui uma questão que a todos alentejanos nos deveria preocupar, tanto ao nível do desenvolvimento da região assim como a uma verdadeiro aproveitamento de condições únicas no mundo e que através da qualidade deveremos dar a conhecer. Quando começo a pensar sobre este assunto, penso logo nos fundos comunitários que se desaproveitaram, gastando-se esse mesmo capital e essa oportunidade em subsídios a agricultores e culturas que somente seriam rentáveis, se atrás das suas despesas viessem sempre os subsídios, evidentemente que essa situação mais tarde ou mais cedo chegou ao fim. Mas o que poderemos na realidade hoje fazer para mais e melhor. Devemos apostar essencialmente na qualidade, reduzindo ou na pior das hipóteses mantendo as nossas quantidade produzidas, não esquecendo que a melhor forma de ganhar um mercado, não é inundando de produtos idênticos, mas sim em quantidades inferiores à procura de forma a originar sempre uma maior procura do que a produção. Essa situação vai não só permitir que o produto seleccionado para o mercado seja o de melhor qualidade, aumentando os preços o que tornará mais rentável a sua comercialização mesmo com quantidades inferiores, do que inundando o mercado com produtos que teriam como preço final uma redução muito grande, dado existir mais oferta do que procura. Não poderemos nunca esquecer que de uma forma clara, a situação que melhor advêm de um investimento sustentável no ponto de vista da rentabilidade é aquele que em termos gerais tem menores custos mas que o preço por unidade é superior ao dos custos de capital e trabalho.
Desta forma não será difícil de compreender que a aposta que deveremos fazer, passa pela redução da quantidade de vinho produzida e utilizado, devendo-se escolher sempre o melhor e com um nível de rentabilidade minimamente aceitável. Pelo que a redução da quantidade de vinho que colocamos no mercado poderá ser um exemplo, mas o que não dizer da quantidade de mármore, que neste caso, se existir uma redução de 5% da extracção que actualmente existem, já faria alterar de forma significativa o preço por unidade, aquilo que uma empresa iria poupar nos custos, e de total, seria melhor. Por outro lado os preços da pedra seriam superior, e a qualidade melhor, pois a selecção seria mais requintada, não se esquecendo que a imagem vale muitas vezes mais do que uma boa campanha de marketing.
Por outro lado acho que está na altura de ser aprovado uma leia, que permita uma maior descentralização, nas decisões e no investimento. A regionalização é na minha opinião um caminho que deve desta vez ser seguido de forma bem claro. Regiões como o Alentejo teriam muito mais a ganhar, pois a descentralização das decisões iria permitir uma maior pressão, para alem de permitir que cada uma das regiões gastasse a sua riqueza.
Somos imagem de valor e de qualidade e isso deve ser verdadeiramente aproveitado, a imagem da marca ALENTEJO tem que ser explorada de melhor forma e com muito mais ênfase, dados os níveis de rentabilidade que poderemos conseguir desse investimento. Desta forma o azeite, o vinho, o café, a mármore, entre muitos outros produtos iriam conseguir o seu lugar no mercado, não pela quantidade comercializada, mas sim pela importante imagem que dariam no seu verdadeiro significado de qualidade e de produto único como é concedido e criado. Mas claro esse caminho nunca será seguido pelo governo, não só porque não há esse interesse, do ponto de vista de possíveis custos como do ponto de vista do que vale o Alentejo em termos de votos, muito pouco como sabemos, mas será do maior interesse dos municípios e dos privados. Por isso vos digo, que se de algo sabemos nós é fazer com qualidade.

Jorge Ferreira